ESCOLA ESTADUAL ARACY EUDOCIAK
DISCIPLINA - EDUCAÇÃO FÍSICA
PROFº ROBERTO – TURMA EJA
UNIDADE – C4
CONTEÚDO: Construção histórica dos esportes;
esporte e cultura; esporte e a cultura da paz; esporte e mídia.Construção histórica dos esportes
O homem está interligado e correlacionado ao
esporte desde os primatas, quando fugiam de animais predadores, lutavam por
áreas e regiões e disputavam domínios nos primórdios da raça humana. Entre os
egípcios, a luta corpo-a-corpo e com espadas surgiram por volta de 2.700 a.c. e
eram exercícios com fins militares. Os outros jogos tinham
caráter religioso, como exemplo os primeiros jogos olímpicos. Campeonatos,
torneios, olimpíadas, recordes, títulos, medalhas, torcidas e comemorações. A aura
mítica do esporte e seus heróis, os atletas, fazem parte do
dia-a-dia de bilhões de pessoas ao redor do planeta.
As disputas esportivas têm o poder de colocar
países inteiros em compasso de espera. O Brasil pára pra ver os jogos da
seleção na Copa do Mundo e o mesmo se repete na Argentina, na Inglaterra ou na
Itália. Nações de todos os continentes acompanham as transmissões de provas e
partidas dos Jogos Olímpicos, mesmo que seus esportistas não tenham qualquer
chance de vitória. A longa história do esporte ajuda a
entender como um fenômeno surgido há milênios se perpetuou no imaginário
do homem. Inicialmente, a prática esportiva está ligada aos exércitos e às
guerras. Aprimorar e desenvolver a força
física do soldado, além de significar mais chances de vitória nas batalhas,
serve para demonstrar a superioridade de um povo. Arqueólogos encontraram monumentos de
babilônios, assírios e hebreus com representações de jogos com bola, natação,
acrobacia e danças.
Os gregos foram o primeiro povo europeu a
atingir alto grau de civilização. A Educação Física, assim como a Filosofia, a
Lógica, a Arquitetura e as artes em geral, está entre as principais heranças
por eles deixadas ao mundo moderno. Mas é na Grécia Antiga que o esporte passa
a ocupar um lugar de destaque na sociedade. A Educação Física deixa o
campo militar e se torna motivo de distinção social. A prática esportiva é a
única atividade que, mesmo gerando suor, causa orgulho nos cidadãos. O
trabalho, por exemplo, cabe ao escravo e não confere prestígio aos homens
livres. Filósofos, como Sócrates, Aristóteles e Hipócrates registram a
importância do esporte para a sociedade da época, reconhecendo o valor dos
exercícios físicos, chegando até a achar que a educação do corpo deveria
preceder a do intelecto.
O esporte moderno
A última
Olimpíada da Era Antiga acontece em 393 d.c, quando o imperador romano
Teodósio I (primeiro) proíbe a realização de festas para adoração de deuses. A partir do século IV, passando por toda a Idade Média,
o esporte vive um período de estagnação, principalmente no ocidente.
Na Idade
Média, com o crescimento da força do cristianismo, que pregava mais a
purificação da alma do que a do corpo, o esporte entrou em uma fase de
estagnação, pois foi um período de guerras e conquistas. Na Renascença (século
XVI e XVII), com o surgimento do Humanismo, a Educação Física foi revivida. Com
a conquista da Grécia Antiga pelos romanos, em 456 a.c, os jogos olímpicos
entram em declínio. A proposta de integrar os cidadãos em competições marcadas
pela cordialidade cede espaço a disputas cada vez mais violentas.
O Humanismo,
nos séculos XVI e XVII, redescobre a importância a atividade física. As bases
dos conceitos modernos de esporte surgem na Europa do século XVIII, quando a
Educação Física volta a ser sistematizada. No século seguinte, em Oxford (Inglaterra),
se dá a reforma dos conceitos desportivos, com a definição das regras para os
jogos. A padronização dos regulamentos das disputas favorece a
internacionalização do esporte. No fim do século XIX, há três linhas
doutrinárias de atividade física: a ginástica nacionalista (alemã), que valoriza
aspectos ligados ao patriotismo e à ordem; a ginástica médica (sueca), voltada
para fins terapêuticos e preventivos; e o movimento do esporte (inglês), que
introduz a concepção moderna de esporte e impulsiona a restauração do movimento
olímpico, com o barão Pierre de Coubertin.
Esta
última linha prevalece e leva à realização da primeira Olimpíada da Era Moderna
em 1896, em Atenas. A primeira metade do século passado é marcada por um
desenvolvimento lento do esporte. Duas guerras mundiais (1914/1918 e
1939/1945), a revolução comunista de 1917. Por causa das guerras mundiais, três
edições dos Jogos Olímpicos foram canceladas -1912, 1940 e 1944. A concepção do
"Ideário Olímpico" e sua máxima de "o importante é
competir" saem de cena. A Guerra Fria estimula o uso ideológico do
esporte, colocando em segundo plano o Fair
Play.
A ciência moderna destacou a importância do
movimento como forma de promoção da saúde. O corpo passou a ser entendido como
uma estrutura mecânica passível de ser conhecido no seu funcionamento, mas
também controlado e aperfeiçoado. A última década do século passado revela a aceleração
das mudanças na prática esportiva. Consolida-se a idéia de esporte como direito
de todos. Grupos até então pouco atendidos na questão da atividade física
ganham mais atenção. Dois exemplos de tal transformação são a terceira idade e
a pessoa portadora de deficiência. O papel do Estado também se altera. Ele
deixa de apenas tutelar as atividades esportivas. Passa a investir em recursos
humanos e científicos. Além disso, no campo do alto rendimento, dá atenção
especial às questões éticas, como o combate ao doping.
O esporte e a
cultura da paz
Abordar
a história como uma possibilidade de analisar e compreender o esporte moderno
parece ser redundante visto que, como um fenômeno cultural com grande
abrangência e visibilidade no cenário mundial, o esporte desde há muito tempo
provoca diferentes rememorações sobre feitos humanos bastante específicos. São muitas
as histórias que sobre ele foram e são construídas em diferentes tempos e
culturas. Histórias que se alicerçam em diferentes fontes: documentos,
registros oficiais de competições e instituições, fotografias, súmulas,
diários, reportagens, depoimentos de quem viu, viveu e sentiu diferentes
possibilidades do acontecer deste importante elemento da cultura humana.
Atualmente
o tema cultura de paz vem sendo abordado de forma intensa, devido os aspectos
sociais vivenciados pelo homem, registrando violência, horrores, guerras
paradoxalmente ao progresso da ciência e tecnologia. A crise vivida pelo homem
é de extrema complexidade, afeta as suas relações sociais, interfere na
economia, tecnologia, política, saúde, o meio ambiente e seu modo de vida.
Marcado
pela distinção social, o esporte passa a ser um estilo de vida cujos elementos
que o constituem são expressos na comparação das performances atléticas e dos
resultados, no estabelecimento e submissão às regras fixas, na especialização e
na hierarquização de papéis e funções. Ainda que possamos falar em um certo
"espírito olímpico" identificando-o com amadorismo, o Fair-Play.
Conhecer
o esporte moderno e suas múltiplas abordagens permite análises específicas
capazes de evidenciar as rupturas e continuidades que integraram o movimento
esportivo desde a sua criação. Ou seja, possibilita, por exemplo, compreender
que em torno do esporte moderno há ênfases tanto da tradição como do espetáculo
e estas ênfases colocam em ação diferentes paixões, sentimentos, atitudes, desejos
e vontade.
O esporte que passa a ser ensinado consoante as
regras sociais e morais de cada período histórico da sociedade humana e que, ao
modificar alguns dos antigos jogos populares ou criar novos, impõe a
necessidade de uma educação do corpo e do espírito dos jovens de forma a
despertar lideranças e a personificar, em carne e osso, os ideais
representativos de um grupo social específico.
A
violência nos esportes envolve cruzar a linha entre a concorrência leal e a
violência agressiva intencional. Atletas, treinadores, fãs, e pais, por vezes,
desencadeiam comportamentos violentos sobre pessoas ou bens, em demonstrações
equivocadas de lealdade, dominância, raiva ou celebração. Tumultos ou
vandalismo são problemas comuns e em curso em competições desportivas nacionais
e internacionais.
Atualmente existe a necessidade de repensar os
termos idealizados na Grécia Clássica, em relação a ética praticada nos
esportes, bem como foram recriados no contexto europeu do século XIX com o
Barão Pierre de Coubertain. Existe aí um tempo decorrido e, neste tempo, outros
sentidos e outros significados foram se agregando ao esporte alterando, por
conseqüência, muitos de seus valores e, talvez, de seus princípios éticos. O
esporte é plural e manifesta-se de diferentes maneiras em diferentes culturas e
tempos e a essas manifestações agregam-se múltiplos valores. Solidariedade,
consagração, celebração, são palavras por demais positivas se pensarmos nas
zonas de sombra que também residem no interior do mundo esportivo.
Nacionalismos exacerbados, exploração comercial e econômica, corrupção,
especialização precoce, doping, violência, discriminação sexual também tem sido
temas a fazer parte do cotidiano esportivo mesmo que, por vezes, os minimizemos
e busquemos, a todo custo, recuperar a tradição e com ela fazer valer o que do
esporte pode ser identificado como promotor de uma “humanidade” inerente a cada
um de nós.
Esporte moderno: entre a tradição e a
espetacularização
É
inegável o potencial de mobilização que o esporte apresenta na
contemporaneidade. Não precisamos de muito esforço para identificar que na
sociedade atual, esta prática corporal se constitui como um espaço social a
mobilizar pessoas de diferentes etnias, gêneros, idades, classes sociais,
credos religiosos, seja como participantes, praticantes ou mesmo como
espectadores. Os grandes eventos esportivos são exemplos dessa indústria
expressiva de emoções.
No caso do esporte de alto rendimento,
percebe-se o avanço da lógica mercantilista. Provas, partidas e torneios são
espetáculos; atletas, produtos em exibição. Equipes de futebol, atletismo,
vôlei ou basquete funcionam como uma espécie de grande companhia artística, com
astros (atletas) milionários e shows (partidas ou provas) que mobilizam a mídia
e o público. Estimuladas pela cobertura das TVs, novas modalidades ganham
importância. Os chamados esportes radicais (MMA, skate, bicicross, Motocross)
proporcionam imagens de impacto e conquistam novos fãs a cada dia. Além disso,
multiplicam-se os esportes de exibição, derivações de modalidades amplamente
difundidas.
Esporte e mídia
O que é mídia?
Mídia
são os meios de comunicação: tv, rádio, internet, jornal e outdoor. O veículo
de comunicação é a razão social do meio (empresa ou instituição) são emissoras
e títulos, empresas que investem num determinado meio (ou vários tipos de
meios) e elaboram conteúdos diversos a serem veiculados, juntas formam a mídia.
Há
a mídia impressa, proveniente de material impresso (palpável e visual estático),
como por exemplo, jornais e revistas. A televisão, o cinema, o rádio e a
internet compreendem a mídia tecnológica que alia o som, a imagem, a
interatividade e a transmissão de informações num equipamento eletrônico (Notebook,
Tablet, Smartphones, etc).
Relação
entre mídia e esporte
Vem
se estreitando cada vez mais ao longo dos anos a relação entre mídia e
esporte, até chegarmos ao estado atual de dependência mútua. O crescimento
mundial na cobertura esportiva pela mídia tem sido a principal alavanca do
que se chama hoje de marketing
esportivo. Sem tal cobertura, o gigantesco crescimento do interesse
pelo esporte nunca teria ocorrido, e as várias indústrias que dependem
dele jamais teriam se desenvolvido. Maior responsável pela popularização
do esporte, expandindo o interesse pelas diversas modalidades, que antes
se restringiam aos aficionados, a mídia passou a atender melhor
às demandas de seus dois públicos: os consumidores de
esporte (telespectadores e torcedores) e o mercado anunciante, interessado em
atingir esses consumidores.
A televisão é ainda a principal responsável
pela globalização do esporte, já que sua linguagem universal permite que
as imagens das partidas sejam comercializadas em escala global. Esta é a
estratégia das empresas transnacionais que fabricam produtos esportivos.
Além dos benefícios dessa massificação do esporte pela mídia – tais como
a globalização dos atletas, a maior organização das
entidades esportivas e o desenvolvimento do marketing esportivo -, a
exposição de mídia se encontra no centro dos ganhos relacionados à
indústria esportiva. Estas receitas são tanto diretas, como as receitas
com venda de direitos de TV e pacotes de pay-per-view, como
indiretas, tais como patrocínio, bilheteria e venda de produtos licenciados, cujos
valores crescem proporcionalmente à audiência atingida.
BIBLIOGRAFIA