segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Apostila EJA C7



ESCOLA ESTADUAL ARACY EUDOCIAK
DISCIPLINA - EDUCAÇÃO FÍSICA
PROFº ROBERTO – TURMA EJA

UNIDADE – 7
CONTEÚDO: Lutas – Construção histórica das lutas; lutas X brigas; disciplina e rituais; as lutas na mídia; lutas e problemas sociais (violência, consumismo, uso de substâncias químicas, idolatria pelo corpo, preconceito, entre outros).

LUTAS X BRIGAS

Poucos sabem a diferença entre as lutas e as brigas, invariavelmente o tema é bastante estranho para muitas pessoas, isso porque as lutas ao senso comum é sinônimo de violência e de derramamento de sangue. Entretanto os conceitos de cada uma delas soam bem distintas, deixando claro as suas manifestações, enquanto nas brigas podemos observar muita violência e agressividade e que podem ocorrer em locais públicos, entre indivíduos ou grupos de pessoas. Ao passo que as lutas são constituídas como uma prática saudável de atividade física para as pessoas, observando regras e respeito ao adversário.
O desenvolvimento não é apenas físico. Toda luta está fundamentada em princípios filosóficos e espirituais muito fortes, que buscam o desenvolvimento do intelecto e do caráter. Além disso, é preciso lembrar que muitas são uma prática milenar, que traz consigo elementos importantes sobre algumas culturas e é parte importante da história cultural da humanidade. O desenvolvimento da perseverança, autoconfiança, autonomia, responsabilidade e capacidade de superar os limites são algumas das lições aprendidas com as lutas e muito valorizadas em outras esferas da vida em sociedade.

Afinal de contas qual a diferença?

  • Lutas: são sistemas para treinamento de combate, geralmente sem uso de armas, com regras bem estabelecidas. Podem ser praticadas como treinamento militar ou policial, como defesa pessoal ou como esporte. Observa-se sempre a presença do respeito entre os praticantes e a disciplina.

  • Brigas: combate corpo-a-corpo ilegal. Ao contrário das lutas, uma briga pode envolver armas, vários adversários e não tem regras. Está sempre presente a violência e muitas vezes resultam em ferimentos graves ou mesmo a morte.

CAPOEIRA - A dança-luta brasileira

A capoeira é uma arte “marcial” brasileira, de origem africana, uma dança-luta, que foi criada e desenvolvida pelos negros escravizados, inspirada pela sede de liberdade e justiça social. Para treinar, sem chamar a atenção dos fazendeiros e dos capangas, os escravos incorporaram instrumentos musicais, como o berimbau, o pandeiro, e outros, de forma a enganar o feitor, pois com a música e os movimentos ritmados, o capataz pensava que os negros estavam dançando.
Logo após a libertação dos escravos, o negro brasileiro que trabalhava na fazenda, desempregado, é jogado na mais absoluta miséria (fato que ainda hoje é fácil de se presenciar nas favelas), pois não foi incorporado à vida da cidade nem como comerciante nem como operário. Com seu êxodo para as regiões urbanas em busca da sobrevivência, o ex-escravo, que sabia capoeira, se tornou o malandro perigoso das ruas do Rio de Janeiro, servindo muitas vezes de capanga para alguns coronéis. Por isso, a prática dessa dança foi proibida em todo o território nacional, até que o presidente Getúlio Vargas decretou sua legalização nos anos 30. Conserva a estrita obediência aos rituais, à preservação das tradições, o culto dos antepassados e o respeito aos “mais velhos”.
Hoje a capoeira está inserida em outra realidade social, muito diferente da sua origem; está preocupada com sua manifestação como arte em geral: na dança, na música, no teatro e cinema. Saiu também além das nossas fronteiras e está em muitos países da Europa e Estados Unidos, além de ter se tornado patrimônio imaterial do Brasil.

O USO DE SUBSTANCIAS QUÍMICAS PROIBIDAS – DOPING

A história do uso de substâncias que melhoram o desempenho físico é mais antiga do que os jogos olímpicos, existem relatos que já em 800 a.c., na Grécia, atletas usavam cogumelos, chás e óleos para melhorar desempenho. Os chineses há quatro mil anos, conheceram os efeitos de um chá que continha efedrina em altas doses e era utilizada para aumentar a capacidade de trabalho. Há relatos também que os bolivianos que trabalham pesado nas minas do país mascam a folha da “coca”, devido ao poder analgésico.
Os primeiros Jogos da Era Moderna, organizados pelo barão de Coubertin, em Atenas, em 1896, marcaram o aparecimento das “bolinhas”, esferas contendo diversas substâncias estimulantes como cocaína, efedrina e estriquinina. Daí o termo “usar bola” como sinônimo de dopar-se.
A Segunda Guerra Mundial traz as pesquisas de substâncias que mantinham soldados acordados por mais tempo e aumentavam sua resistência ao cansaço. Com a necessidade de recuperação dos prisioneiros desnutridos dos campos de concentração, aperfeiçoou-se o uso dos hormônios anabolizantes.
Seja por motivos políticos ou financeiros, o doping passou a ser utilizado de forma cada vez mais “científica”. Agora, o que vale é a vitória a qualquer preço. As técnicas de doping continuam a evoluir da mesma forma que as técnicas de controle em uma briga de gato e rato.

Preconceito

Segundo a Wikipédia preconceito é um "juízo" preconcebido, manifestado geralmente na forma de uma atitude "discriminatória" perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos". Costuma indicar desconhecimento pejorativo de alguém, ou de um grupo social, ao que lhe é diferente. As formas mais comuns de preconceito são: social, racial e de orientação sexual.
No Brasil, preconceito é Crime, De modo geral, o ponto de partida do preconceito é uma generalização superficial, chamada "estereótipo". Exemplos: "todos os alemães são prepotentes", ou "todos os ingleses são frios", o conceito de “raça pura". Observar características comuns a grupos são consideradas preconceituosas quando entrarem para o campo da agressividade ou da discriminação, caso contrário reparar em características sociais, culturais ou mesmo de ordem física também representam preconceito, elas podem estar e/ou não - denotando apenas costumes, modos de determinados grupos ou mesmo a aparência de povos de determinadas regiões, pura e simplesmente como forma ilustrativa ou educativa, por vezes questionada pela Ciência e a Psicologia. Exemplos mais comuns atualmente encontrados na sociedade:

·        Contra homossexuais: Inúmeros são os exemplos, de agressões físicas e verbais, passando por comentários maliciosos ou ofensivos. Ainda no contexto, diversos são aqueles que se veem obrigados a esconder a opção sexual, temendo, por exemplo, uma retaliação dos familiares.
·        Contra os negros: São discriminados nos mais diversos setores. De modo geral, acabam sendo preteridos em entrevistas de emprego e estabelecimentos comerciais.
·        Contra os evangélicos: Talvez um dos grupos mais desrespeitados. São criticados pela maneira de pensar, de se vestir ou ainda, de se portar perante os demais.
·        Contra os pobres: Dependendo do local, poderão ser até expulsos, tudo é claro, pela notória falta de dinheiro ou de uma “vestimenta inapropriada”.

Idolatria ao corpo

A idolatria ao corpo é uma questão emergente na sociedade contemporânea, visualizado, por exemplo, pelos altos índices de cirurgias plásticas. Deste modo, observamos a sociedade contemporânea e como esse paradigma pode influenciar as pessoas na construção da imagem corporal.
Na sociedade contemporânea a dimensão corporal assegura a verdade sobre os sujeitos e o sucesso ou fracasso do indivíduo é simbolicamente relacionado ao “formato” e aparência que o corpo exibe. O corpo, neste período histórico, opera como um informador da individualidade. Em outros momentos, a função informadora do corpo esteve vinculada ao pertencimento familiar, comunitário e valores integrativos que ofereciam ao indivíduo um lócus social e um suporte de pertencimento e dignidade.
Numa sociedade influenciada ao consumismo, o corpo também é vendido e comprado. É objeto de consumo e para consumo. É uma maneira de marcar o poder nas relações sociais, de ser aceito e admirado. O culto ao corpo é fomentado pela mídia e pelos discursos de médicos e especialistas que mencionam a importância de mantê-lo em forma, posicionando a gordura como doença neste momento vivido. A disseminação
da exigência do corpo ideal pode comprometer a iniciação sexual dos jovens,pode causar transtornos psicológicos, além de favorecer o uso de anabolizantes e anfetaminas, podendo prevalecer às questões estéticas ao invés da preocupação com a saúde.
  
Bibliografia



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